Você passou anos se dedicando à reabilitação e ao bem-estar dos seus pacientes. Cada movimento restaurado, cada dor aliviada é uma vitória. No entanto, fora do consultório, muitos fisioterapeutas enfrentam uma batalha frustrante e silenciosa: a luta contra a alta carga tributária. A sensação de trabalhar longas horas apenas para ver uma fatia desproporcional do seu faturamento ir para o governo é desanimadora.
Se você atua como autônomo (Pessoa Física) e sente o peso do Imposto de Renda, ou mesmo se já tem um CNPJ mas desconfia que está pagando mais do que deveria, este guia é para você.
Muitos profissionais da saúde acreditam que pagar impostos altos é simplesmente “o custo de fazer negócios” no Brasil. Eles aceitam a orientação de um contador generalista que aplica regras padrões, sem entender as particularidades da fisioterapia. A verdade é que, sem uma contabilidade especializada, você está, com quase toda certeza, deixando dinheiro na mesa.
Na Portobello Contabilidade, somos especialistas em profissionais da saúde no ABC e em São Paulo. Nós entendemos a sua rotina e, mais importante, entendemos o caminho legal para otimizar sua tributação. Este é o guia definitivo que vai mostrar como uma contabilidade consultiva pode transformar sua realidade financeira a partir de hoje.
O Erro Mais Caro do Fisioterapeuta: Atuar como Autônomo (CPF)
O início da carreira como fisioterapeuta autônomo é comum. Você aluga uma sala, atende em domicílio ou em clínicas de terceiros, e recebe seus pagamentos diretamente como Pessoa Física. O problema é que essa rota, aparentemente mais simples, é a mais cara.
Quando você atua no CPF, sua tributação é baseada na tabela do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), que pode chegar a uma alíquota de 27,5%. Além disso, você é obrigado a pagar o INSS Autônomo (geralmente 20% sobre o que recebe, limitado ao teto) e, dependendo da sua cidade, o ISSQN (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza).
O Carnê-Leão: Uma Obrigação Dolorosa
Todo fisioterapeuta que recebe de Pessoas Físicas é obrigado a preencher mensalmente o Carnê-Leão. É ali que você informa seus rendimentos e despesas dedutíveis (como aluguel de consultório, materiais de consumo, CRM…). O imposto deve ser pago no mês seguinte ao recebimento.
O problema? As deduções são limitadas e o imposto vence rápido. Qualquer esquecimento ou erro pode te jogar direto na malha fina da Receita Federal. Na prática, o Carnê-Leão torna sua operação cara e burocraticamente arriscada.
O Ponto de Virada: A Abertura do CNPJ para Fisioterapeutas
A transição de Pessoa Física para Pessoa Jurídica (PJ) não é apenas uma formalidade; é a primeira e mais poderosa decisão estratégica para reduzir seus impostos.
Quando você abre um CNPJ, sua tributação deixa de ser os 27,5% do IRPF e passa a ser calculada com base em regimes tributários empresariais, como o Simples Nacional ou o Lucro Presumido. Em quase 100% dos casos para fisioterapeutas que já ultrapassaram a faixa de isenção do IR, ter um CNPJ é drasticamente mais vantajoso.
Muitos se perguntam: “Mas qual o momento certo?” A resposta é simples: se você tem um faturamento recorrente e já está pagando Imposto de Renda como autônomo, o momento é agora. A economia gerada já no primeiro mês como PJ geralmente paga todo o custo da abertura e da assessoria contábil, e ainda sobra.
Simples Nacional vs. Lucro Presumido: Qual o Melhor Regime para Fisioterapeutas?
Aqui é onde a figura do contador para fisioterapeuta se torna indispensável. A escolha errada do regime tributário pode significar milhares de reais pagos indevidamente ao longo do ano.
O Lucro Presumido para Fisioterapia
Neste regime, a Receita Federal “presume” que uma parte do seu faturamento é lucro. Para serviços de saúde, como a fisioterapia, essa presunção de lucro é de 32%. Sobre essa base, você paga os impostos federais (IRPJ e CSLL), além do PIS, COFINS e o ISS municipal.
Em média, a carga tributária total no Lucro Presumido para fisioterapeutas gira entre 13,33% e 16,33%, dependendo do ISS da sua cidade (que pode variar de 2% a 5%).
O Simples Nacional: O Segredo Está no “Fator R”
O Simples Nacional é famoso por unificar todos os impostos em uma única guia (o DAS). Para muitas atividades, ele começa com alíquotas de 6%. No entanto, a fisioterapia tem uma particularidade crucial.
A atividade de fisioterapia (CNAE 8650-0/04) é tributada pelo Anexo V do Simples Nacional, que começa com uma alíquota alta de 15,5%. À primeira vista, parece pior que o Lucro Presumido.
É aqui que entra o “Fator R”.
O Fator R: A Chave de Ouro para o Fisioterapeuta Reduzir Impostos
O Fator R é um cálculo que pode, legalmente, tirar sua empresa do custoso Anexo V (15,5%) e levá-la para o muito mais vantajoso Anexo III (iniciando em 6%).
A regra é clara: Se a sua empresa de fisioterapia tiver gastos com folha de pagamento (incluindo o seu próprio pró-labore) iguais ou superiores a 28% do seu faturamento bruto (dos últimos 12 meses), você se enquadra no Anexo III.
Como Funciona na Prática?
Vamos imaginar um cenário:
- Faturamento Bruto Mensal da sua Clínica: R$ 30.000,00
- Meta de Gastos (28%): R$ 8.400,00
Para se enquadrar no Anexo III, seus custos de folha (salário de secretária, outros fisios + seu pró-labore + encargos) precisam somar, no mínimo, R$ 8.400,00.
O pró-labore é o “salário” do sócio. Ao definir um pró-labore estratégico de R$ 8.400,00 (sobre o qual incidirá INSS e IR), você habilita sua empresa a pagar impostos pelo Anexo III.
Cenário 1: Sem Planejamento (Anexo V)
- Imposto sobre R$ 30.000,00 (Alíquota de 15,5%) = R$ 4.650,00
Cenário 2: Com Planejamento e Fator R (Anexo III)
- Imposto sobre R$ 30.000,00 (Alíquota de 6%) = R$ 1.800,00
- Custo do INSS sobre o Pró-Labore (aprox. 11%): R$ 924,00
- Custo Total (Imposto + INSS Pró-labore): R$ 2.724,00
Neste exemplo, uma contabilidade especializada em fisioterapia gerou uma economia mensal de R$ 1.926,00, ou R$ 23.112,00 por ano.
Esse planejamento exige um controle mensal rigoroso, ajustes no pró-labore e um conhecimento profundo que um contador generalista simplesmente não possui.
Você Precisa de um Contador Especializado em Fisioterapeuta
O Fator R é apenas uma das estratégias. Um contador especializado vai além do básico e analisa:
- Elisão Fiscal: Usar todos os meios legais para reduzir impostos (Fator R, escolha de regime, deduções).
- Gestão de Pró-Labore vs. Distribuição de Lucros: A distribuição de lucros é isenta de Imposto de Renda. Definir o equilíbrio correto entre pró-labore (que tem imposto, mas conta para o Fator R e INSS) e distribuição de lucros (isenta) é fundamental.
- Obrigações Acessórias: Garantir que sua empresa esteja em dia com todas as declarações (DEFIS, eSocial, DCTFWeb) e registros nos conselhos (CREFITO).
- Gestão Financeira: Auxiliar você a entender seus custos, precificar seus serviços e garantir que sua clínica seja lucrativa, não apenas movimentada.
Conclusão: Deixe a Burocracia Conosco e Foque no Paciente
Ser fisioterapeuta é sua vocação. Lidar com números complexos, leis tributárias e burocracia não precisa ser sua obrigação. Tentar economizar com uma assessoria contábil barata ou generalista é um dos erros mais caros que você pode cometer, pois o valor perdido em impostos pagos a mais supera, e muito, a mensalidade de um especialista.
Na Portobello Contabilidade, tratamos a saúde financeira da sua clínica com a mesma seriedade que você trata a saúde física dos seus pacientes. Nós aplicamos o Fator R, realizamos seu planejamento tributário e cuidamos de toda a burocracia para que você tenha duas coisas: mais lucro no final do mês e mais tranquilidade para exercer sua profissão.
Não deixe para 2026 o que pode começar a economizar hoje.
FAQ: Perguntas Frequentes sobre Contabilidade para Fisioterapeutas
Fisioterapeuta pode ser MEI (Microempreendedor Individual)?
R: Não. A fisioterapia é uma atividade profissional regulamentada (exige formação técnica e registro em conselho, o CREFITO) e, por isso, não se enquadra nas atividades permitidas pelo MEI. A abertura de empresa deve ser feita como ME (Microempresa) ou EPP (Empresa de Pequeno Porte), nos regimes do Simples Nacional ou Lucro Presumido.
Quanto custa para abrir um CNPJ para fisioterapeuta em São Paulo?
R: Os custos envolvem taxas da Junta Comercial (JUCESP), certificado digital e os honorários da contabilidade. O processo é relativamente rápido e o investimento inicial é rapidamente recuperado com a economia de impostos que o CNPJ proporciona. Nós da Portobello cuidamos de todo o processo de forma ágil.
O que é melhor: ter um pró-labore alto ou baixo?
R: Depende da estratégia. Para se beneficiar do Fator R no Simples Nacional, você precisará de um pró-labore mais alto (equivalente a 28% do faturamento). No Lucro Presumido, geralmente se opta por um pró-labore menor (próximo ao salário mínimo) para reduzir os encargos (INSS/IRRF sobre ele) e retirar a maior parte do ganho como Distribuição de Lucros, que é isenta de impostos.
Eu preciso ter uma clínica física para ter um CNPJ?
R: Não. Você pode abrir um CNPJ de fisioterapia para atuar em domicílio (home care) ou até mesmo em endereço virtual (sede virtual), dependendo das regras da sua prefeitura. Isso permite que você se beneficie da tributação como PJ mesmo sem os custos de um consultório próprio.
Já tenho CNPJ, mas acho que estou no regime errado. É possível mudar?
R: Sim, mas a mudança de regime tributário (de Lucro Presumido para Simples Nacional, ou vice-versa) só pode ser feita uma vez por ano, sempre no mês de janeiro. Por isso, é crucial fazer um planejamento tributário no final do ano para garantir que você inicie 2026 no regime mais vantajoso.



